O Banco Central Europeu (BCE) está a caminho de trazer a inflação da zona do euro de volta para sua meta oficial de 2% e dispõe de espaço para reduzir ainda mais suas taxas de juros, à medida que o crescimento desacelera em meio ao aumento de tarifas pelos EUA, afirmou o dirigente do BCE e presidente do BC da França, François Villeroy de Galhau.
Em entrevista a uma emissora de rádio, Villeroy disse que a desaceleração econômica causada pelas tarifas dos EUA é um golpe, mas também dá a Europa a oportunidade de se tornar uma âncora de estabilidade para a economia global.
A taxa anual de inflação da zona do euro diminuiu de 2,3% em fevereiro para 2,2% em março, continuando um pouco acima da meta do BCE. Economistas consultados pelo The Wall Street Journal esperam que os números a ser divulgados na sexta-feira (02) mostrem nova queda da taxa de inflação em abril.
“Devemos atingir esse objetivo, e isso significa uma coisa importante: ainda temos espaço para reduzir as taxas de juros”, disse Villeroy.
Em reunião no último dia 17, o BCE reduziu juros pela sétima vez desde junho de 2024, e investidores preveem um novo corte das taxas na reunião de política monetária de junho.
Villeroy afirmou que a decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de aumentar tarifas sobre as importações do resto do mundo levou a uma reviravolta “incrível” nas perspectivas de crescimento dos EUA, que agora enfrentam a possibilidade de uma recessão, depois de mostrar tendência de expandir em ritmo bem mais forte do que a Europa.
“Acredito que os anos de Trump nos EUA devem ser os anos de soberania econômica e financeira na Europa”, acrescentou Villeroy. Fonte: Dow Jones Newswires.