Nova gestão do COB reforça discurso de protagonismo feminino com Yane como chefe de missão

Depois de uma Olímpiada de Paris-2024 que teve as mulheres como principais responsáveis por medalhas conquistadas pelo Brasil, a nova gestão do Comitê Olímpico do Brasil (COB), liderada pelo presidente Marco La Porta, deu seus primeiros passos reforçando a pauta do protagonismo feminino. Yane Marques, ex-pentatleta e agora primeira mulher vice-presidente do COB, foi escolhida como chefe de missão dos Jogos Olímpicos de Los Angeles-2028.

“A gente quebra uma paradigma, escreve uma linha na história. Estou muito feliz por ser a pessoa que deu ‘esse star’, a primeira mulher. Mas o meu discurso sobre esse assunto ele é de encorajamento. Estou muito contente, é inédito, estou segura e confiante. Eu não quero estar só, quero que outras mulheres se encorajem a viver isso. Há espaços que são culturalmente ocupados por homens, mas que a gente se ofereça para estar vivendo esses momentos”, disse a dirigente em cerimônia de celebração da posse da nova administração, no Campo Olímpico de Golfe do Rio.

Durante o evento, também foi apresentada a nova identidade visual do Time Brasil, com o logo redesenhado e slogan “Juntos por uma nação esportiva”. A grande novidade do design é a inclusão dos aros olímpicos em suas cinco cores. “A marca do Time Brasil há dez anos, era um desafio fortalecer uma marca que já é conhecida. Os aros representam união, diversidade, valores que são importantes para o mundo e essa gestão”, disse a diretora de Comunicação e Marketing do COB, Manoela Penna.

O novo logo foi apresentado em um vídeo narrado por Rebeca Andrade, a maior medalhista olímpica brasileira da história e maior força de marketing do COB, que continuará explorando estrategicamente a imagem da ginasta.

“A gente nem precisa dizer que é a Rebeca para todo mundo saber que é a Rebeca. Ela é um ícone mundial. Conversa com todas as marcas, se relaciona com os públicos. A Rebeca representa o que a gente gostaria de transmitir hoje no COB. Leveza, excelência, versatilidade, conexão com diversos públicos e amor pelo esporte”, comentou Penna.

Marco La Porta e Yane Marques tomaram posse no dia 15 de janeiro, como sucessores da gestão de Paulo Wanderley, que concorreu à reeleição e foi derrotado. Depois de uma transição que considerou difícil, La Porta entende que o maior desafio para 2025 é reorganizar o planejamento esportivo, depois de um ciclo que foi mais curto, entre Tóquio e Paris, por causa da pandemia de covid-19.

“Não foi uma transição fácil. É a primeira vez que a oposição ganha uma eleição no COB. Não foi uma eleição tranquila, mas não foi problema pra gente. A gente começou a trabalhar, conhecer mais profundamente. Estamos caminhando e vai dar tudo certo”, disse o presidente.

“Nosso maior desafio é retomar o planejamento do Esporte. É sempre o mais importante. Quando a gente volta, agora, a juntar as áreas de desenvolvimento e alto rendimento, que precisa reorganizar, entender, sentar com as Confederações, mostrar um novo caminho. É bom que nós tenhamos um ciclo cheio novamente, de quatro anos Temos 2025 para realinhar o trajeto”, concluiu.

Também foram apresentados nesta quinta-feira alguns detalhes do Programa TOP COB, inspirado no TOP COI, do Comitê Olímpico Internacional. Trata-se do programa de transferência de recursos para as Confederações, equipes e atletas, que deve elevar o investimento direto do COB no esporte, idealizado ainda durante a gestão anterior.

O tom dos discursos ao longo do evento foi de união e muito se falou sobre trabalhar a base do esporte, para fortalecer os atletas da parte de baixo da pirâmide. La Porta defende que o Brasil, antes de pensar em ser uma potência olímpica, tem de se tornar uma Nação Esportiva. “Países que costumam frequentar o top 10 do quadro de medalhas investem alto integrando esporte, educação, saúde, cultura… e colhem os frutos com um aumento da base praticante que revelam os futuros medalhistas.”

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